João 3: 16-18
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus".
INTRODUÇÃO
Quero
lhe compartilhar neste estudo uma compreensão detalhada do sacrifício de Jesus.
Esta é uma semana importante em Israel e para os judeus. Eles comemoram Yom
Kippur – Dia da Expiação – e por toda parte do mundo, de modo ritual os judeus
estarão em jejum e busca de perdão. Porém, tal evento passa de modo mui
religioso, sem se voltarem para o verdadeiro significado. Antes de explicar o
quanto Jesus nos ama e por que nos ama, explico o Yom Kippur.
Este
evento, na Bíblia, é comemorado no 10º dia do sétimo mês. Este sétimo mês é
Tishri. Este ano de 2015, cai em 23 de setembro. Inicia-se ao por do sol do dia
22 e termina ao por do sol de 23. É dia de consagração para os judeus. Mas,
para muitos deles o significado passa despercebido, porque se tornou um ritual
e nada mais.
Minha
intenção neste estudo é também chamar atenção ao fato de que o amor de Deus, em
muitos casos, passa despercebido para muitos cristãos, porque já se acostumaram
a falar e pensar sobre isto e não se apercebem da profundidade do amor de Deus,
quando entregou Jesus na cruz, por causa de nossos pecados. Aquele sacrifício
foi de uma vez por todas e nos perdoa, justifica, santifica e expia todo nosso
pecado.
Embora
João 3: 16 seja o texto básico acima, vários outros textos vamos utilizar para
demonstrar o quanto a morte de Jesus manifesta o amor de Deus por nós. Não
desconsidere este assunto, por já “conhecer” o amor de Deus. Siga a leitura e o
estudo.
1. DEUS É QUEM
AMOU
è João 3: 16 – “Porque
Deus amou...”
Desde
o capítulo 1, versos 1 e 14 de João, entendemos bem quem é Deus. Não se trata
de uma pessoa distante e impessoal. Ele se manifesta pelo Pai, pelo Filho e
pelo Espírito Santo. Então, quando João escreve que Deus amou o mundo, está
personalizando esse amor. Esse Deus, que criou todas as coisas, que se fez
carne, que também é o Filho, amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho, ou
que deu-se a si mesmo. Essa deve ser sempre a compreensão bíblica. O apóstolo
Paulo nos ensina que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo e que
por isto, o amor de Cristo nos constrange, porque um (Ele) morreu por todos.
Jesus
está envolvido completamente nesse amor. Ele, como homem, resolveu doar-se a si
mesmo. É disto que Paulo fala em Filipenses 2: 5-8. Ele, Jesus, sendo Deus,
abriu mão de todas as prerrogativas e poderes divinos para obedecer a vontade
do Pai. Tornou-se servo de todos, mesmo quando era maior que todos. Além de ser
homem, resolveu humilhar-se por causa de um ideal: morrer para nos salvar. Avaliar
isto já seria o suficiente para alguém começar a chorar, por entender tanto
amor que alguém possa ter por pessoas tão falhas e fracas como nós!
Meu
propósito, aqui, é que você avalie seus erros, pecados e fraquezas. Pare e
pense: difícil lidar com tantas incapacidades de nossa parte para fazer o que é
completamente certo e completamente santo. É por isto que está escrito “que
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Um instante! Como podemos
falhar tanto, diante de tão grande amor? Já verificou, como você falhou, pecou
e desagradou a Deus esta semana? Entretanto, está escrito na Palavra de Deus,
que Ele “prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores”. Por que Ele nos ama tanto? Por que Ele decidiu nos amar
apesar de tanta indiferença a sua pessoa, por parte do mundo inteiro?
Antes
de tudo, você precisa compreender, que não é apenas uma pessoa no céu que te
amou. Esse próprio sujeito que estava no céu, veio habitar entre nós,
tornando-se um de nós: Jesus. Apesar de ver a sua volta tanta gente indiferente
a seu Pai Celestial, igualmente amou cada pessoa neste mundo. Me consterno
lendo o texto de Mateus 9: 35-36.
2. COMO JESUS
ACEITOU A CRUZ
è Hebreus 5: 5-10
Todos
estão certos, ao longo da vida cristã, que o maior sacrifício de Jesus foi a
cruz. Eu observo bem as Escrituras e vejo que, embora Jesus tenha sofrido muito
na cruz, ele estava resignado. Seu sofrimento terrível estava dentro de seus
planos e aceitou toda a dor. Para mim, o maior sofrimento de Jesus foi aceitar
a cruz. Convencer-se, como homem, que devia aceitar o sofrimento da cruz é o
mais angustiante dos sofrimentos de uma pessoa. Quero lhe mostrar aqui o que
vejo no Getsêmani, quando Jesus se prepara para o maior momento de sua
história, da humanidade e do Reino dos Céus.
O
texto acima descreve sua angústia, quando precedia a cruz. Aquele momento, do
texto acima, deve ser combinado com os textos de Mateus 26: 36-44, Marcos 14:
32-39 e Lucas 22: 39-45. Nestes textos vemos que Jesus orou três vezes as
mesmas palavras. Os três evangelistas registram o que os três discípulos, que
estavam com Jesus ouviram, mesmo estando a 30 metros de distancia dele, em
campo aberto no Getsêmani. Lucas descreve que sua angústia era tão grande que
ele suou muito, chegando a derramar sobre a terra este suor, como gotas de
sangue. O pavor não era apenas por causa das dores e lacerações que iria
sofrer, mas também espiritual e psicológico. Jesus estava em um tremendo pânico
naquela hora por causa da pressão espiritual e demoníaca. Todo o inferno estava
se levantando contra sua pessoa, porque sabiam os demônios, que era chegada a
hora da morte do filho de Deus. A sede por morte e sangue do inferno e todos os
demônios afligiram Jesus, chegando a ter um sentimento que durou até a morte. O
texto de Hebreus completa esta passagem descrevendo que ele orou a Deus, com
grande clamor e lágrimas. Isto quer dizer que ele gritava angustiadamente.
Chorava copiosamente no Getsemani. Como sabemos disto? Aqueles três discípulos
que estavam com Jesus ouviram e viram isto ocorrer. O sofrimento de Jesus era
tão grande que eles acabaram dormindo de tristeza.

3. COMO JESUS
SOFREU A CRUZ
è Lucas 23: 33-34
Muitos
de nós já vimos de alguma maneira, teatros ou filmes que descrevem o sofrimento
de Jesus na cruz. Os açoites, os socos e pontapés que recebeu somam-se à coroa
de espinhos e às palavras de humilhação que lhe dirigiam. Dentre os açoites que
Jesus recebeu, vários deles dilaceraram sua carne, deixando-o quase morto, com
várias feridas pelo corpo. Após ter recebido uma coroa de espinhos que lhe
perfuravam o couro cabeludo e a testa, vários soldados bateram nele com um
pedaço de canon. Eles tinham em mãos um pedaço de madeira, que servia para
tirar medidas, por isto a Bíblia diz que eles lhe batiam com algo que se chama
de “cana”.
Ser
pregado na cruz exigia uma certa dose de maldade por parte do carrasco, visto
que os braços do crucificado deveriam ser muito bem esticados, a fim de que o
sofrimento da perfuração causasse bastante dano às mãos do tal. O braço era
esticado de maneira quase desproporcional ao tamanho e envergadura dos membros.
Enquanto os braços eram bem esticados, do lado da outra mão já perfurada,
lancinante dor causava ao condenado. Os
braços bem esticados, aliado ao peso natural do corpo, produziam um rasgo nas
cartilagens e musculaturas das mãos, deixando que o prego posto afligisse
terrivelmente os nervos da mão – que dor terrível!
Apesar
de tudo isto, Jesus estava decidido a sofrer e resignou-se diante das dores.
Porém, o que quero destacar são suas palavras na cruz. O clamor feito ao Pai, a
entrega de seu espírito, sua palavra a João, não se comparam ao descrito em
Lucas e os demais evangelistas. Jesus não disse: “Pai, perdoa-lhes
porque não sabem o que fazem!”. Jesus dizia!
É diferente! Ele não se expressou apenas uma vez, mas o descrito pelos
evangelistas no faz imaginar. Durante o período que na cruz estava, em todo o
tempo, o tempo todo ele repetia e repetia... “Pai, perdoa-lhes porque não
sabem o que fazem!”. Repetia para convencer-se de que
devia perdoar e suplantar as dores que lhe acometiam. A cada dor física em seu
corpo ele repetia as mesmas palavras. Por isto, afirmam os evangelistas que
eles estava dizendo aquelas palavras... ele estava dizendo... dizia,
repetidamente.
Num
misto de resignação pessoal e demonstração de amor, Jesus repetia e repetia
liberando seu perdão aos seus algozes. Não só daquele momento, alí no Gólgota,
mas a todo ser humano envolvido no pecado, do passado e do futuro.
Nossa
compreensão disto nos faz entender as palavras de Paulo expostas em suas cartas,
leiamos:
ð Romanos 3: 23-25;
ð Romanos 5: 6-8;
ð
2 Coríntios 5: 14-15
4. COMO
DESFRUTAMOS DESSE AMOR
è João 13: 34-35
Jesus
nos desafia de modo muito diferente do que a Lei ensinava sobre o amor. Ela
dizia que devemos amar o próximo como a nós mesmos. Jesus muda isto. Ele nos
desafia amarmos uns aos outros como Ele nos amou. Húúú! Isto é forte! Amar como
ele nos amou!
Jesus
veio a este mundo já envolvido pela atmosfera de amor que desfrutava com o Pai.
Ele, Jesus, existe com um propósito: é a pura demonstração do amor do Pai. Deus
nos ama porque fomos feitos semelhantes a Cristo. Deus nos ama porque somos a
expressão visível de sua pessoa. Deus nos ama porque somos a expressão de seu
filho, neste mundo.
Escritores
apócrifos, especialmente o livro de Enoque, demonstra o grande amor de Deus
para conosco. Quando Deus criou o homem, passou muito tempo apreciando-o.
Imagino Deus olhando para Adão e vendo como se parecia com seu filho celestial,
amava-o gratuitamente. Não é a toa que o livro de Gênesis descreve que no sexto
dia, após ter criado todas as coisas e aí ter criado o ser humano, viu Deus que
tudo era muito bom.
Entendendo
que devemos amar como Jesus nos amou, que tipo de pessoa devemos ser?
A
missão de Jesus, por causa desse amor, está exposta em João 3: 16-18. Ele veio
para buscar e salvar o que se havia perdido. Jesus não veio resgatar apenas
homens e mulheres, veio restaurar todo o planeta. Isto é Reino de Deus! A
missão amorosa de Jesus é integral. Assim devemos ser também.
Nossa
pregação não é apenas baseada nas bênçãos que Deus dá ao homem salvo, mas na
restauração de todas as coisas que a morte de Jesus propicia. Nossa mensagem é
de boas novas, isto é o evangelho. Mas é o Evangelho do Reino. São as boas
novas que vem do Reino de Deus. Se deixarmos ele nos guiar, conduzir, amar e
fazer sua vontade, vai dar tudo certo.
O que
Jesus ensina é que temos de perder pra ganhar, morrer pra viver, ser humilde
pra ser exaltado, negar a si mesmo para ser aceito, empobrecer pra enriquecer,
servir para ser grande. A palavra de Jesus é, amar, sem ser amado, emprestar
sem querer de volta, porque, diz ele, “dai e vos será dado”. Tudo isto é a
contra mão de tudo que há neste mundo.
Se
queremos desfrutar do amor de Jesus, precisamos negarmo-nos a nós mesmo como
ele ensinou. Nossa morte para o mundo, tal qual a dele, é a maior vitória que
podemos alcançar. Por isto está escrito que devemos ter o mesmo sentimento
dele, que embora sendo grande, se tornou o menor de todos. Por isto foi
exaltado. Essa é a mensagem de amor. A mensagem do Reino é que morramos para
nós mesmos e deixemos que Deus seja tudo em nós... TUDO em nós.
No próximo estudo seguimos com essa
disparidade que é o amor de Jesus em relação ao amor do mundo. Aqui você já
deve começar a entender a paz que Jesus dá. É por isto que ele diz que sua paz
não é como a que o mundo dá. No mundo faz-se guerra para chegar a paz, com
Jesus é o contrário. Porém, este mundo não está disposto a entender e nem
aceitar esse amor. Por esta razão, Deus tem de por um fim a tudo que está cheio
de ódio, indiferença e pelejas. Se não há arrependimento, por parte do homem,
do que faz e desagrada a Deus, então, o fim vem, o fim vem!!!